Vamos utilizar esse espaço para reflexões a cerca da educação.
A interação é fundamental para consolidarmos nossas hipóteses ou mudá-las.
Espero que, com muitas leituras e interações, consigamos fortalecer nossa equipe e nos instrumentalizarmos para uma atuação com foco numa aprendizagem significativa e efetiva.
EE "Profª Maria Dolores Veríssimo Madureira"
ATPC : Dia 13 e 15/05/2013
A LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR
A leitura é fundamental para o desenvolvimento intelectual do ser humano, uma leitura de qualidade representa a oportunidade de ampliar a consciência, a visão do mundo. O desenvolvimento tecnológico contribuiu e vem contribuindo para agravar o abissal distanciamento do homem com o livro, comprometendo a saudável relação do leitor com o livro.
A leitura representa uma ferramenta eficaz nos processos de aprendizagem, há vista, que através da leitura é possível criar uma série de conceitos e significações acerca do objeto estudado. O contato com livro torna-se um encontro sagrado, comprometimento cultural, é possibilidade de voar, de encarnar personagens, de sonhar, de manifestação, reconhecimento com aquilo que se lê.
No século XX, o consumo e a produção de livros aumentaram progressivamente, sem dúvida a palavra escrita é considerada uma das mais importantes heranças culturais da humanidade. A palavra escrita dominou os tempos, e o livro colaborou para a universalização do conhecimento, devido à facilidade de acesso.
Mas nem sempre foi assim, até o século XV tinha acesso aos livros somente uma pequena minoria de sábios e estudiosos que formavam a classe intelectual da sociedade (reservados em mosteiros durante o começo da Idade Média), somente eles tinham acesso às bibliotecas.
Hoje as facilidades em relação ao acesso aos livros, às bibliotecas constituem fator importante para o crescimento intelectual, significa o livro gratuito na mão do povo, simboliza o acesso efetivo do público de baixo poder aquisitivo.
Mas parece-me que na mesma proporção das facilidades nasceu o distanciamento do brasileiro com o livro. Contudo é importante ressaltar, a fim de não cometer injustiças e nem se aliciar ao radicalismo, que há alguns casos de pessoas que não lêem porque não têm dinheiro para gastar com livros, ou moram em cidades onde não existem livrarias e bibliotecas.
Pesquisas apontam que os brasileiros lêem pouco e mal.
Todavia é importante destacar que o perfil dos leitores tem uma relação direta com os fatores escolaridade e classe econômica, evidenciando que, quanto maior a escolaridade, maiores são os índices de todos os tipos de leitores e que os maiores percentuais de leitores são encontrados nas classes sociais economicamente mais privilegiados.
A leitura é fundamental para o desenvolvimento intelectual do ser humano, uma leitura de qualidade representa a oportunidade de ampliar a consciência, a visão do mundo. O desenvolvimento tecnológico contribuiu e vem contribuindo para agravar o abissal distanciamento do homem com o livro, comprometendo a saudável relação do leitor com o livro.
Segundo Paulo Freire a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O ato de ler se veio dando na sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo da sua escolarização, foi a leitura da “palavra mundo”. Na verdade, aquele mundo especial se dava a ele como o mundo de sua atividade perspectiva, por isso, mesmo como o mundo de suas primeiras leituras.
Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto em cuja percepção experimentava e, quando mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão ia aprendendo no seu trato com eles, na sua relação com seus irmãos mais velhos e com seus pais.
A leitura do seu mundo foi sempre fundamental para a compreensão da importância do ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo, e transformá-lo através de uma prática consciente.
Esse movimento dinâmico é um dos aspectos centrais do processo de alfabetização que deveriam vir do universo vocabular dos grupos populares, expressando a sua real linguagem, carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador.
A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral. Assim as palavras do povo vinham através da leitura do mundo. Depois voltavam a eles, inseridas no que se chamou de codificações, que são representações da realidade.
No fundo esse conjunto de representações de situações concretas possibilitava aos grupos populares uma “leitura da leitura” anterior do mundo, antes da leitura da palavra. O ato de ler implica na percepção crítica, interpretação e “reescrita” do lido.
A internet com suas falsas facilidades tornou-se a patrocinadora, a madrinha de milhões de jovens semi-analfabetos, que estão desaprendendo o pouco de que sabiam escrever, e abandonando quase completamente o habito de ler. Quem não lê, não pensa, não sabe, não vive, não formula, não diferencia.
O trecho a seguir foi retirado prova de vestibular no RJ (Universidade Gama Filho) a questão proposta: Faça uma análise sobre a importância do Vale do Paraíba.
“O Vale do Paraíba é de suma importância, pois não podemos discriminar esses importantes cidadãos. Já que existe o vale transporte, o vale do idoso, por que não existir também o Vale do Paraíba??!!! Além disso, sabemos que os Paraíbas, de um modo geral, trabalham em obras e portarias de edifícios e ganham pouco. Então, o dinheiro que entra no meio do mês – que é o vale- é muito importante para ele equilibrar sua economia familiar”.
É lamentável pensar no futuro do nosso País ao ler tamanha barbárie, e chamam isso de pérolas? Nossos jovens estão perdidos, casmurros sem instrução, lançando-se ao degredo voluntário da ignorância. Segundo pesquisas do IBGE o índice de analfabetismo no Brasil vem caindo nos últimos anos, no entanto a qualidade de leitura não corresponde a este índice, não basta saber assinar o nome, ler palavras isoladas entre si.Sabe-se, contudo, que é preciso muito mais para formação cultural de um povo, para efetiva compreensão global do que se lê, exige interpretação, assimilação, para a efetiva compreensão da leitura que se faz. Alfabetizado é aquele que consegue ler um texto e interpretá-lo, aquele que consegue redigir um texto conseguindo expressar sua opinião de forma ordenada e coerente.
O contato com livro torna-se um encontro sagrado, comprometimento cultural, é possibilidade de voar, de encarnar personagens, de sonhar, de manifestação, reconhecimento com aquilo que se lê. Neste contexto, faz-se urgente a conscientização de pais e professores, pois eles irão constituir os preclaros mediadores no encontro da criança com a leitura.
A infância, terreno fértil para a formação de bons leitores depende da mediação inteligente de pais e professores. Muitas vezes a leitura é apresentada aos pequenos infantes de maneira impositiva e obrigatória, o que por sua vez, compromete a relação, o nascimento do encantamento necessário para todo bom futuro leitor.
Através do hábito da leitura, é possível acreditar que a sociedade se transforme em um varal literário, uma sociedade composta de leitores conscientes, de bons escritores, de gente que pensa, de gente que fala, de gente que faz a diferença.
As crianças devem encontrar nos livros encantamento, liberdade, harmonia, pois assim será possível pensar em uma sociedade constituída de bons leitores, por conseguinte, excelentes escritores. A leitura é pura liberdade, a escrita maturidade.
A importância dos livros assume uma oportunidade impar na promoção da leitura, o livro é um mecanismo através do qual os alunos encontrarão a possibilidade de pesquisar sobre determinado assunto ou tema, descobre afinidades com as idéias do autor, desenvolve o senso crítico, enriquece seu vocabulário, enfim, inúmeros são os benefícios da leitura no quotidiano escolar.
Ler é saber. O primeiro resultado da leitura é o aumento de conhecimento geral ou específico. Ler é trocar. Ler não é só receber. Ler é comparar as experiências próprias com as narradas pelo escritor, comparar o próprio ponto de vista com o dele, recriando idéias e revendo conceitos.
Ler é dialogar. Quando lemos, estabelecemos um diálogo com a obra, compreendendo intenções do autor. Somos levados a fazer perguntas e procurar respostas. Ler é exercitar o discernimento. Quando lemos, colocamo-nos de modo favorável ou não aos pontos de vista, pesamos argumentos e argumentamos dentro de nós mesmos, refletimos sobre opções dos personagens ou sobre as idéias defendidas pelo autor.
Ler é ampliar a percepção. Ler é ser motivado à observação de aspectos da vida que antes nos passavam despercebidos. Ler bons livros é capacitar-se para ler a vida. Penso em um futuro formado por uma sociedade alfabetizada intelectualmente, que consiga refletir, pensar criticamente, abandonar a consciência ingênua, assumindo uma postura crítica dentro do contexto social brasileiro.
A leitura é um caminho promissor capaz de transformar a realidade, é a vacina contra a ignorância e o conformismo, este filho daquela. Que a sociedade se transforme em um varal literário, uma sociedade composta de leitores conscientes, de bons escritores, de gente que pensa, de gente que fala, de gente que faz a diferença.
Ganhar o gosto pela leitura é como provar o vinho pela primeira vez, a princípio parece-nos amargo, mas depois habituamo-nos ao gosto e, passado algum tempo, quem não sente um enorme prazer em saborear um bom cálice de vinho?
Ler um livro na sociedade em que vivemos é lutar por encontrar a calma, a paz e a serenidade que ganhamos ao passar doce e calmamente mais uma página, é enriquecer constantemente a nossa cultura, o nosso mundo interior, é dar espaço ao sonho, à magia, à procura do nosso tão nobre e individual "Eu"
Concluí-se que para os educadores melhorarem sua prática, devem começar a avalizar a importância do ato de ler, assumindo o papel de incentivadores da leitura. Sabemos que, ao mudar a postura sobre o ato de ler, ter-se-á condições de formar alunos leitores, e conseqüentemente ótimos escritores.
O contato com livro amplia o trabalho do professor em sala de aula, estende o processo de aprendizagem para fora da escola, pois a leitura começa a fazer parte da rotina do aluno, uma espécie de comprometimento cultural, é possibilidade de voar, de encarnar personagens, de sonhar, de manifestação, reconhecimento com aquilo que se lê.
Conclui-se, portanto, que os pais e professores desempenham papel fundamental na aproximação da criança/aluno com o livro. O contexto, nesta perspectiva, é algo decisivo no hábito da leitura. A criança precisa ver livros, toca-los, manuseá-los, tê-los ao alcance!
Os pais devem começar a presentear seus filhos com livros e não apenas com brinquedos, a partir de pequenas mudanças diárias, começa-se a construção de uma nova fase, quiçá a construção de uma nova identidade no perfil dos leitores brasileiros.
REFERENCIAS
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 Ed. São Paulo: Cortez, 1988. 80 p.
Após a leitura registre no espaço abaixo:
01 - Aspectos do texto que mais lhe chamaram a atenção
02 - Que atividade de leitura você pode desenvolver em sua disciplina e com que frequência?
03 - Faça comentários na publicação de, pelo menos, 3 colegas.
42 comentários:
Realmente isso deveria ocorrer, porém por muitas vezes, isso não é possível, haja vista que temos que trabalhar com o conteúdo específico, manter a disciplina da classe, às vezes separar brigas, ser conselheira, ser mãe, entre outras coisas; dessa forma, creio que trabalhar com o tempo específico para leitura (15 minutos) como mencionado, diariamente, torna-se inviável. Porém, creio que desenvolver essa atividade uma vez por mês, seria ideal, pois tenho aula apenas uma vez por semana com cada turma.
Lourdes
A internet é ótima para quem não gosta de ler, pois incentiva a leitura somente de manchetes e sinopses. Embora seja uma excelente ferramenta didática e pedagógica, ainda não conseguimos utiliza-la dessa forma.
Bauro, um dado me chamou atenção outro dia, o mal uso da internet como ferramenta didática está refletindo na qualidade das produções acadêmicas, afinal nossos alunos de hoje são os graduandos de amanhã, que sabem usar como ninguém os recursos copiar e colar,produzir algo, bobagem...precisariam saber ler,escrever e interpretar, outro dado importante:38% dos estudantes das faculdades particulares são considerados semi-analfabetos, faça-me rir, governo preocupado em incentivar a leitura?
Creio que a leitura pode ser associada aos números, pois até para efetuar cálculos, deve-se entender o que está sendo solicitado. Acho que propor desafios matémáticos podem estimular o raciocínio. Lourdes
Com uma boa leitura e interpretação os alunos saberão responder as questões de matemática.Basta força de vontade e atenção deles!
2)A atividade para o desenvolvimento da leitura é oferecer textos de gêneros diversos, trabalhando a interpretação e tradução.
É verdade Lourdes, mas o desinteresse em interpretar é muito grande, a preguiça mental ainda domina nossos alunos da mesma forma que os europeus, darwinistas sociais, descreveram os latinos mestiços no século XIX.
Eu faço uso da plataforma MOODLE com todos os alunos de todas as séries. Nesta plataforma pode-se colocar uma infinidade de atividades interativas, inclusive leituras de textos, fotos, filmes, links de outros sites, foruns, chat on line, questionários, enquetes, palavras-cruzadas, sudoku, caça-palavras, perguntas abertas, objetivas, verdadeiro ou falso, etc.
Ilmus
A internet é ótima para quem não gosta de ler, pois incentiva a leitura somente de manchetes e sinopses. Embora seja uma excelente ferramenta didática e pedagógica, ainda não conseguimos utiliza-la dessa forma.
Então eu me questiono de que serve a leitura e o saber se nosso povo vem demonstrando cada vez mais atitudes que chocam nossa sociedade e também o pleno assistencialismo de governos, que utilizam politicas públicas para beneficio ou manutenção do poder.
Após a leitura registre no espaço abaixo:
01 - Aspectos do texto que mais lhe chamaram a atenção:
Primeiramente o fato que antigamente uma minoria tinha acesso a livros e hoje que até pela internet podemos “baixar” livros as pessoas não dão valor e não tem o hábito da leitura.
Um aluno, mal informado, falar que Vale do Paraíba é um “vale”. Caso esse indivíduo lesse um pouco mais não escreveria uma “pérola” dessas. Nossa região é muito industrializada, rica e comentada.
Os pais devem “apresentar” os livros às crianças desde cedo. Para que elas acostumem e não enxerguem como uma leitura obrigatória. A criança que lê bem escreve bem. Ler é dar asas a imaginação.
Creio que para diminuir esse problema, oferecer leituras diversificadas e impressas, debates sobre tais, elaboração de sínteses, representação de textos seriam uma boa alternativa.
Lourdes
Fica só na promessa infelizmente!
1.A análise feita em relação ao livro e o novo “consumidor” de cultura e conhecimento foi o que mais me chamou a atenção, pois nós professores já percebemos há tempos que a internet não está correspondendo a expectativa que tínhamos sobre aos nossos alunos. Como professor de história percebo que, embora os alunos passem bastante tempo na internet, eles não demonstram interesses nas informações necessárias para a formação de um cidadão consciente. Muito menos, para a formação de um leitor de notícias corriqueiras que contribuiria para o seu crescimento pessoal. Pois, como o texto também destaca: se não faz uma primeira leitura de mundo, jamais vai desenvolver o hábito da leitura.
2.Eu gosto de trabalhar textos em minhas aulas de história e pretendo continuar usando essa metodologia, pois além da oportunidade de leitura com os alunos desenvolve-se também a possibilidade de se criar textos escritos por eles. Seja usando o livro didático, o caderno do aluno, ou o quadro da sala e cópias de textos, semanalmente estou trabalhando a pratica da leitura em sala de aula.
O tempo que os alunos destinam a internet é para utilizar facebook, emails, jogos. Acredito que poucos ou raros alunos tem a curiosidade de pesquisar algo "produtivo" ou se aprofundar em um tema discutido em sala de aula.
Ganhar o gosto pela leitura é como provar o vinho pela primeira vez, a princípio parece-nos amargo, mas depois habituamo-nos ao gosto e, passado algum tempo, quem não sente um enorme prazer em saborear um bom cálice de vinho?
Ler um livro na sociedade em que vivemos é lutar por encontrar a calma, a paz e a serenidade que ganhamos ao passar doce e calmamente mais uma página, é enriquecer constantemente a nossa cultura, o nosso mundo interior, é dar espaço ao sonho, à magia, à procura do nosso tão nobre e individual "Eu"
Dentre tantas razões para a falta do hábito de leitura, podemos citar o distanciamento das famílias...Os pais que antes contavam histórias para que seu filho pegasse no sono, hoje em dia tem procrastinado esse momento que já deveria ser considerado importante por vários aspectos e não somente pelo simples prazer de estar ao lado do filho !
Mirian de Souza Moro: Me chamou atenção, o dado que indica o aumento do consumo e produção de livros, em contrapartida a realidade de um alto índice de jovens estudantes que não leem. Onde está o problema? Mesmo com a popularização e acesso à leitura, o fator social como antes no século XV, continua sendo dominante. O que mudou? Nada.
02 - Que atividade de leitura você pode desenvolver em sua disciplina e com que frequência?
Mirian de Souza Moro: Textos em jornais, revistas e livros.
"Alfabetizado é aquele que consegue ler um texto e interpretá-lo, aquele que consegue redigir um texto conseguindo expressar sua opinião de forma ordenada e coerente." Muitos alunos são, portanto, analfabetos, pois não sabem interpretar um texto, e, muitos menos, expor suas ideias coerentemente. A leitura ajuda os educandos a formular ideias e hipóteses para que a argumentação ocorra. A leitura também ajuda os alunos com o registro formal, que é imprescindível em uma dissertação.
Eu sempre começo minhas aulas com a leitura das notícias do dia. Os alunos contribuem de forma significativa com suas opiniões e, muitas vezes, essas opiniões se divergem, causando um conflito benéfico a eles.
Às vezes, leio poemas em sala para que os educandos tenham contato com o gênero lírico. Acredito, que esse gênero seja o mais complicado para interpretação, já que é subjetivo e caracterizado por estilos individuais.
Questão 1:Concordo com o perfil dos leitores traçados pelo texto:relação direta com escolaridade e classe econômica(perfil este que perdura desde a Idade Média).Percebo na fala da grande maioria dos meus alunos que tudo aquilo que possa incentivá-los na aquisição e ampliação cultural é visto como algo chato:ler é chato, música clássica é chata, teatro é chato, política é chato,coisas que para a classe econômica além de acessível e altamente valorizado. Incentivar a leitura é multiplicar o conhecimento de mundo,concordo que devemos fazê-lo, porém a maior dificuldade é que vamos contra aos interesses da classe dominante.
Questão 2:Leio e compartilho com os meus alunos matérias e textos que considero relevantes, faço indicação de livros que li e considero interessantes. Hoje penso em um projeto de leitura compartilhada, com debates online, porém se faz necessário amadurecer a ideia.
Segundo Roxane Rojo, “Ler é melhor que estudar”(Ziraldo). Esta é uma opinião quase unânime e compartilhada pela população letrada e pertencente às elites intelectuais brasileiras: intelectuais, professores do ensino fundamental, médio e universitário, jornalistas, comunicadores da mídia. No entanto, a maior parcela de nossa população, embora hoje possa estudar, não chega a ler. A escolarização, no caso da sociedade brasileira, não leva à formação de leitores e produtores de textos proficientes e eficazes e, às vezes, chega mesmo a impedi-la. Ler continua sendo coisa das elites, no início de um novo milênio.”
O nosso aluno/leitor precisa DESENVOLVER o gosto pelo ato de ler e de domínio sobre diferentes capacidades de leitura para, com prazer e proveito, mergulhar no conhecimento oferecido por diferentes gêneros de texto. É a escola que tem como RESPONSABILIDADE DESENVOLVER o gosto e as estratégias para leitura; é a escola o espaço privilegiado para o desenvolvimento dessas capacidades. Portanto, as atividades de leitura, se bem orientadas, podem contribuir para que as escolas atuem com eficácia sobre o desenvolvimento das capacidades leitoras dos alunos.
Conforme Heloísa Amaral," a escola deve ter como objetivo desenvolver estratégias para tornar inseparáveis “ler por prazer” de “ler para aprender”. Um exemplo é a separação mais do que conhecida: nas aulas de Língua Portuguesa, lê-se literatura e poesia; nas demais, textos ligados a cada área de conhecimento. A leitura, em Língua Portuguesa, merece relevo, deve ter espaço determinado para aprendizagem e bem ou mal é avaliada. Nas demais, costuma ser encarada como uma capacidade que deve vir pronta das aulas de português, ou mais estranhamente ainda, das aulas de alfabetização. O trabalho com leitura (e escrita) nos gêneros próprios das diferentes áreas não parece ser da responsabilidade dos demais professores."
Estas reflexões nos leva a outro questionamento: Que capacidades de leitura precisam ser mobilizadas quando lemos para aprender?
Continuamos nossas reflexões no próximo fórum.
Kátia